Em um lindo
jardim florido viviam vários insetos. Tinha insetos de todos os tipos, formas e
cores. Mas um especial não passava despercebido, era uma pequena joaninha que
não tinha se quer uma bolinha em suas asas. Por isso, a “joaninha-sem-bolinhas”
chamava atenção por onde passava. Os outros insetos zombavam de suas bolinhas,
ou melhor, da falta delas.
– zombava o mosquito.
"Joaninha, coitadinha, quem lhe
roubou as bolinhas?! Hahaha..." – gargalhava o
caracol.
“Ganhará um prêmio quem achar as
bolinhas da joaninha"
– debocha a
abelha.
A joaninha
ficava triste ao ouvir os deboches. Não ter bolinhas não foi uma escolha dela.
Certas coisas apenas acontecem.
Para acabar
com as zombarias, decidiu ser igual às outras joaninhas e procurou maneiras de
por bolinhas de mentirinha em suas asinhas. Esfregava as pequenas asas nos
pólens das flores para enchê-las de bolinhas de sementinhas.
Por um lado, as bolinhas de mentira funcionavam
e as piadas até diminuíam, mas havia uma condição: enquanto tinha bolinhas em
suas asinhas, a joaninha não podia voar. O movimento de suas asas poderia jogar
todas as bolinhas para longe.
E assim a
felicidade da pequena joaninha durava pouco, ninguém aguenta ser de mentirinha
o tempo todo.
Cansada de
tentar ser igual às outras, a joaninha resolveu ir embora do jardim e se
afastar de todos. Decidiu que não queria mais ser vista por ninguém. Então voou
para longe, até onde suas asinhas-sem-bolinhas conseguiam. Pousou exausta e
deitou-se em baixo de uma pequena folha no chão, e passou a chorar por vários
dias.
Em uma noite
estrelada, resolveu sair para contemplar as estrelas, mas deu de cara com uma
lagarta que estava comendo as folhas ao lado.
“Perdoe-me, pequena
joaninha, não vi que estava aí em baixo. Acordei faminta e essas folhas são realmente
deliciosas. Gostaria de experimentar?” - Disse a lagarta comilona.
A joaninha
ficou surpresa, aquela lagarta a reconheceu como uma joaninha! Como poderia?!
- Desculpe-me,
acredito que a senhora se confundiu. Acho que não sou uma joaninha. – disse a
joaninha triste.
- O que
então é você? – perguntou a lagarta confusa.

- Oras! Não
tem mistério algum, seu casco é redondinho, tem anteninhas delicadas e pequenas
patinhas. Mesmo de noite posso notar o lindo tom vermelho que só as joaninhas
têm nas asinhas. - respondeu a lagarta, enquanto mastigava umas folhas.
- Não me
vejo com tantas qualidades assim. A única coisa que vejo são asas sem bolinhas. A verdade é que sou diferente. - disse a
pequena joaninha.
- Ah sim,
você é mesmo diferente! - exclamou a lagarta, e continuou. - Mas quem não é?
Todos nós temos algo que nos torna únicos, e isso não tem de ser ruim. Veja
minhas antenas, uma delas é mais curta que a outra, e acho isso o máximo!
- Mas você
não se sente triste por isso? - perguntou a joaninha.
- E porque
me sentiria triste?! Apesar de fazer parte de mim, minhas anteninhas não me
tornam menos lagarta, muito menos suas asas sem bolinhas te torna menos
joaninha! Apesar de sermos parecidos com nossos amigos, se olharmos bem, todos
temos algo diferente. Isso é incrível, ninguém é melhor ou pior que ninguém,
somos todos únicos. - respondeu a lagarta.
E foi assim, em uma linda noite enluarada,
que a joaninha conheceu uma grande amiga que a ajudou a se reconhecer e a se
amar exatamente do jeitinho que é! E acima de tudo a dar valor ao o que
realmente importa: termos um bom coração e, claro, respeitarmos as diferenças!
Parabéns! Linda história para trabalhar as diferenças.
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