
O Lobo achava bonito as traquinagens que aprontava. Divertia-se vendo os outros animais em apuros por sua causa. Enfim, fez jus ao sobrenome que lhe deram. Quanto equivoco!
Em uma bela manhã ensolarada, o Lobo Mau saiu da sua toca com boa disposição para aprontar suas marotices. Três porquinhos passeavam distraídos pela floresta quando avistaram o Lobo saindo da toca e dispararam na corrida. Enquanto corria atrás dos pobres porquinhos, o Lobo e se divertia. Mas na pressa e sem prestar atenção onde pisava, levou um baita tropicão, daqueles de tirar a tampa do dedão!
O berro ecoou pela floresta. Mas algo curioso chamou atenção do Lobo, que saltitava de dor. Era uma voz mansa que surgiu dizendo:
- Meu amigo, não tenho como lhe agradecer.
O Lobo Mau olhou a sua volta e finalmente encontrou de onde a voz surgira, logo abaixo de seu pé inchado estava uma velha tartaruga que logo continuou dizendo:


- Foi tudo por acaso, tropecei enquanto assustava os porquinhos atrapalhados.
- Acaso? Sou velha demais para acreditar em acaso. - Disse a velha tartaruga.

- Meu jovem Lobo, ouça seu coração, ele te conhece melhor que qualquer animal. Vejo muita bondade nele. A partir de agora seremos bons amigos. - Disse a sábia tartaruga, sorrindo.
O Lobo ficou sem palavras, mas gostou muito da ideia de ter uma amizade. A velha tartaruga tinha razão, o Lobo tinha mesmo um bom coração. Mesmo que assustar os outros o divertisse, no fundo se sentia muito sozinho. Mas agora teria uma amiga com quem contar, e aceitou a amizade da senhora tartaruga.
A amizade dos dois floriu, tornaram-se verdadeiros amigos. O Lobo ajudava a tartaruga quando ficava de casco virado, e a velha tartaruga aconselhava seu amigo a fazer o bem e ajudar o próximo.
Com o tempo, todos os animais notaram a bondade no coração e nas ações do Lobo, e ninguém mais teve medo ou fugiu quando se ele aproximava. Tornaram-se todos seus amigos.
E foi assim, aprendendo a ouvir a voz de seu coração, que Lobo deixou de ser Mau e se tornou o Lobo Bom.